´Jabes´ desfila ao lado do Reúne Ilhéus; desfile irreverente e de paz
As semelhanças físicas entre o prefeito de Ilhéus Jabes Ribeiro e o militante do Movimento Reúne Ilhéus, Danillo Oliveira, transformaram o desfile do Sete de Setembro em uma grande diversão em Ilhéus, agora pela manhã. Em um paletó, segundo ele, de marca pra lá de famosa, Danillo encarnou o prefeito de fato e de direito e levou "Jabes" para liderar o desfile do Movimento, hoje a principal dor-de-cabeça do prefeito.
"Jabes" cumprimentou eleitores, quis distribuir peixe e frango mas foi impedido por assessores e ainda pediu a um servidor da prefeitura que estava a trabalho para que não prejudicasse a sua imagem. "Pare de trabalhar rapaz, eu quero é a greve. Pra mim é melhor", afirmava. "Jabes" recebeu aplausos mas disse que mão de eleitor ele só aperta no período eleitoral. E chamou todo o grupo do Reúne Ilhéus que insistia em acompanhá-lo de "vândalos".
Para quem apostava e espalhava aos quatro cantos da cidade um medo incondicional à participação dos estudantes no desfile da Independência, perdeu feio. Ao invés de violência, o movimento apostou na irreverência. Estudantes de olhos pintados, "vítimas" da agressão da Câmara de Vereadores, carregavam faixas questionando qual independência estava, alí, sendo comemorada. Um caixão era carregado enquanto estudantes choravam. "Se a pergunta é Independência ou morte, acreditem, é morte. A cidade morreu. Estamos promovendo o velorio", afirmavam.
A única intervenção da Polícia foi no sentido de que alguns manifestantes retirassem máscaras. Mas o pedido não foi atendido. Em alguns momentos, o grupo parava e explicava os motivos da manifestação. "Estamos resistindo pela cidade, pela melhoria do nosso transporte". Aplausos vinham das sacadas de prédios e das poucas pessoas que insistiram em acompanhar na chuva o desfile oficial, que contou apenas com militares, ordem Demolay e estudantes do Colégio da Polícia Militar.
O momento mais esperado foi o encontro de "Jabes" com Jabes. O prefeito, no palanque, acompanhou a manifestação dos estudantes. Embaixo, "Jabes" pisou em cartazes e, em cima do palanque, um Jabes tenso olhava para "o outro lado da avenida". Em alguns momentos até esboçou um sorriso. Mas na maior parte do tempo manteve a postura de preocupado, imagem que tem apresentado à população diante dos últimos acontecimentos e a crise vivenciada por Ilhéus.
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